sábado, 24 de julho de 2010

8:15

Cedo, cedo demais para acordar sem sono. Acordo, ouço vozes ao longe cá por casa, o minha cabeça acorda, sente o corpo, e o nó na garganta que aumentou com as poucas horas de sono. Ainda de olhos fechados a lágrima escorre até à almofada. Porquê? Se calhar é o melhor, se calhar agora não consigo encontrar nenhuma razão lógica para nada. Assustei-me ao olhar o espelho, o nó na garganta fica maior cada vez que me prendo para não chorar. Como abrir a porta do refúgio que é um quarto? Não sei, os meus olhos são sinceros e não escondem o meu estado, o meu sorriso... anda longe não sei onde o procurar. Como encarar uma familia que me espera como sempre, a sorrir, a falar e sempre disposta a rir? Não sei, hoje só queria ficar aqui o dia todo, ou sair para qualquer lugar onde ninguém estivesse. Preciso de paz, de falta de memória, de não me lembrar de nada, de esquecer o que fui e o que me tornei.


E agora calo-me e respiro.

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